"(...)A prevalência do sentimento sobre o conhecimento me fez perder muita gente interessante. Hoje tenho tentado mudar. Ainda que a duras penas, preciso assimilar essa sabedoria. Nem tudo o que sinto é verdadeiro. A vida não pode brotar somente de minhas sensações. Preciso equalizar o que sinto com o que sei. É uma questão de humanidade. (...)Percebo em nossos dias uma intolerância cada vez maior com os limites humanos. Temos medo das imperfeições. E por isso evitamos o outro no momento de sua fragilidade. Corremos o risco de cultivar pessoas e realidades a partir de expectativas, e não de possibilidades. Queremos o outro mas esse querer fica condicionado. Queremos até o momento em que nossas projeções não sejam desarticuladas. Queremos, mais desde que absolutamente nada contrarie nosso querer. É nesse momento que me pergunto: O amor que sentimos pelo outro pode ser concreto fora da experiência de limites e imperfeições? É possível amar alguém sem tocar suas formas mais imperfeitas?
O amor consiste somente em reconhecimento de valores?
Não creio, meu amigo. Tenho aprendido, a partir de minha experiência que o amor só é concreto depois de termos necessitado do perdão. Antes disso há qualquer outra coisa, menos amor. Eu só sei que amo verdadeiramente depois de ter esbarrado nas imperfeições do outro, depois de ter conhecido sua pior faceta e mesmo assim continuar reconhecendo-a como parte a que não posso renunciar. Só amor me faz conviver com o precário da vida, e com a indigência humana."
(Fábio de Melo; 2009; Pág 156)
O amor consiste somente em reconhecimento de valores?
Não creio, meu amigo. Tenho aprendido, a partir de minha experiência que o amor só é concreto depois de termos necessitado do perdão. Antes disso há qualquer outra coisa, menos amor. Eu só sei que amo verdadeiramente depois de ter esbarrado nas imperfeições do outro, depois de ter conhecido sua pior faceta e mesmo assim continuar reconhecendo-a como parte a que não posso renunciar. Só amor me faz conviver com o precário da vida, e com a indigência humana."
(Fábio de Melo; 2009; Pág 156)
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