Oi gente,
Infelizmente hoje não posto com a total alegria que venho postado em outras vezes. Deveria, mas não sei o porquê me encontro meio assim. Na verdade, eu sei. E tentarei explicar pra vocês aqui.
Todos que passaram ou estão na minha vida, sabem da total necessidade e do amor absurdamente grande que eu sinto por um ser chamado Jackson, que carinhosamente apelidei de vários apelidos no decorrer da vida, mas o que marcou mesmo foi o 'Jack'.
Enfim, sinto algo extremamente forte por esse ser, e sinto na mesma intensidade o seu amor por mim. É algo inexplicável, só quem sabe, sente.
Durante os anos em que vivemos juntos, criamos fortes laços de cumplicidade, a ponto dele só fazer as coisas se eu estiver por perto.
Tem as mesmas manias da gente, como se fosse gerado no ventre materno de minha mãe. Um exemplo claro disso, é que ele adora comida na boca, exatamente como eu gosto que minha mãe me dê. (Olha eu me confessando aqui. "/)
Ama um carinho, o que faz ele se derreter todo.
Pra vocês terem uma idéia, já cheguei a duvidar que ele fosse cachorro mesmo!?
Suas ações eram sempre muito racionais. E sua maneira de se comunicar comigo eram impressionante.
Sabia de todas as suas vontades, só de olhar-te. Sabia quando estava com fome, quando queria ir ao banheiro, quando estava triste, e até mesmo com dor.
Seu doce e profundo olhar me dizia exatamente todos os seus desejos.
O que me fazia mais feliz durante essa minha vida, era poder ser acordado por diversas vezes com seu jeito brincalhão de meter o focinho em meus cabelos e em seguida me dar aquela lambida gostosa em meu rosto.
Não existe emoção que se compare a uma prova tão doce e pura de amor como essa que ele me dava todas as manhãs. Minha retribuição era agarrá-lo, dando uma gravata e cobrindo ele com meu edredom, beijando-o muito e acariciando seu macio e cheiroso pêlo.
Depois daí, era como se eu houvesse lhe dito 'Bom trabalho garoto', e ele logo em seguida saía para sua caminha com aquele sentimento de dever cumprido.
Foram essas e outras coisas que me fizeram ter um amor e uma admiração imensa por esse ser!
Não conseguia mais me imaginar viver sem ele!
Até o dia de hoje em que tive que encarar a realidade de cara e constatar que meu amado cachorro está com câncer, devido a uma biopsia de retirada de uma carne similar a uma hemorróida que apareceu em seu ânus.
Fui com ele até o veterinário, pois aqui em casa meu controle sobre os seus atos são maiores, apesar de tentar manter o meu controle também, que já tinha se esgotado pelo fato de pensar em algo de pior. (É impossível, por mais religioso que sejamos, não vinha pensamentos bons nessas horas, mas em momento algum eu deixava de pedir.)
Até que o veterinário pediu pra que eu segurasse bem ele, pois colocaria uma focinheira pra evitar qualquer imprevisto. E nessa ação, mais uma vez, ele me elogiou pelo domínio que obtinha do meu animal.
Sempre olhava e acariciava ele como uma forma de tranqüilizá-lo, mas no fundo, sua sensibilidade sentia que ele era o alvo daquilo tudo.
Até que então, o veterinário amarrou uma borrachinha (daquelas que se amarra no braço na hora de tirar sangue) em sua pata direita e aplicou na veia uma anestesia, que na mesma hora vez ele amolecer-se em meus braços.
Àquela cena pra mim, foi indescritível! Sentia medo, medo, muito medo mesmo. Uma vontade de sair gritando no meio da rua desesperado.
Acho que o veterinário mesmo sentiu o meu desespero e me aconselhou que eu fosse pra casa, e que ele ligaria mais tarde pra que eu fosse buscá-lo.
Então saí sem rumo. Suava como se houve aberto uma bica em mim, e as mesmas quantidades de liquidos que saía do meu corpo, saía dos meus olhos.
Senti-me pequeno, minúsculo.
São momentos assim, que fazem a gente refletir sobre as coisas.
E nessa minha reflexão concluí que não somos nada.
‘Que além da maternidade passageira das coisas, fica o reino das coisas verdadeiras que a gente carrega feito um tesouro no coração.
Laços inquebráveis de um amor inseparável, ternuras profundas de uma amizade real.
(...) Ai a gente vê que o tempo não vale nada não.
O tempo é pó na estrada da evolução.’
Enfim, voltei pra casa arrasado, chorei comigo mesmo, e pedi comigo mesmo, com muito mais força e intensidade como sempre havia pedido pra que Deus estivesse com meu cachorro nesse momento e que em nenhum momento dessa vida ele sofra.
Fizemos uma coisa dolorosa, mas necessária.
Acho que doeu mais em mim do que nele mesmo, porque depois que eu cheguei lá pra pega-lo, vi sua impotência devido ao fim da anestesia, o que fazia ele não conseguir ficar em pé e babava. Mais uma vez essa cena partiu os mízeros restante do meu coração.
Só queria agarrá-lo e protege-lo daquilo tudo, e como não diferente, ele se rendeu ao meu colo.
Fomos embora e agora ele esta bem e medicado.
Só EU é que acho que não!
Me dói pensar e até falar nisso, por isso que encerro por aqui essa minha história de amor, que se Deus quiser será vitoriosa!
Até hoje em toda a terra, o AMOR nunca deixou de vencer.
E dessa vez não será diferente!
Leandro Roberto
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P.S.: Poema citado no texto acima pertence a: Luiz Antônio Gasparetto
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